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sábado, 30 de setembro de 2017

CINEMAS DA CIDADE DO NATAL DO PASSADO E DO PRESENTE






  PRIMEIRO CINEMA DA CIDADE DO NATAL


                                               
                                Cinema na rua Chile Ribeira                                            
                    
            O Cinema Polytheama já existia em outra capitais como        São Paulo e outras capitais do Brasil. conforme pesquisas na internet  o Polytheama chegou no seculo xx em meado 1915 a 1920) o primeiro prédio do cinema Polytheama foi na Ribeira mas precisamente na Rua Chile que na época era chamada de (Rua da Alfândega ) ou conhecida como (Rua do Comercio)




                        Cinema já na Rua Augusto Severo                                   
                O Cinema mudou se para um prédio maior (foto acima) e com mais estrutura tinha local para as senhoras da época deliciar das taças de sorvetes. com a vista do bondinho   que passava quase em frente. vocês podem ate achar estranho    a frente do cinema como se fosse varias portas mas na verdade são duas portas e quatro janelas iguais. Os filmes vindos do Rio de Janeiro que eram importados pelas Companhias norte-americanas. se vocês observar na foto acima vera que na frente do cinema ficava bastante movimentado os homens com seu terno bem arrumados com posse de galã, e o engraxates fazendo os sapatos brilharem para ganhar algum réis.     



     Nessa mesma época do cinema Polytheama encontrei em pesquisas o nome do "Cinema Natal" mais pesquisei bastante e não encontrei nada sobre o mesmo. 


            Se alguém tiver informações sobre o Cinema Natal e poder ajudar.



          Voltando ao Cinema Royal que por décadas dominou na cidade alta dando aos seus frequentadores a oportunidade de ver exibição dos melhores filmes vindos das distribuidoras norte-americanas. 
                               
                                               

O Cinema pode ter sido iniciado no teatro.


Teatro Carlos Gomes 1904 Ribeira

                 Teatro esse que foi inaugurado em 1904 com o nome de Carlos Gomes e em 1957 o Prefeito na época Djalma Maranhão mudou o nome para Teatro Alberto Maranhão.


                           Segundo o poeta e jornalista Anchieta Fernandes em          seu livro Ecran Natalense o teatro teve também o seu papel de iniciar na arte do cinema        ( veja cartaz abaixo)


                                                                       
             
        Agradecimento ao Alderico leandro, ao blog Natal de Ontem, ao poeta Anchieta Fernandes.




     O PRIMEIRO CINEMA DA CIDADE ALTA 




                             ROYAL CINEMA  


                ESSE CINEMA FICAVA NA ESQUINA DA RUA ULISSES CALDAS COM A RUA VIGÁRIO BARTOLOMEU. NÃO CONSEGUI SABER EXATAMENTE ONDE FICAVA E O QUE É HOJE NO LUGAR.  PESQUISEI MAIS NÃO CONSEGUI DESCOBRIR.
  
              TAMBÉM PERCEBI QUE EXISTE DESENCONTROS COM AS DATAS DA INAUGURAÇÃO DO MESMO

              Em Alguma pesquisas aparece o ano de (1911 a 1913) em outas (1920) o certo é que Natal em meado de 1915 o cinema entrou na vida dos Natalenses com dois cinemas o Pathé e o Royal esse segundo ficava na cidade alta e era o primeiro no bairro na época e ficava na Rua Ulisses Calda e Vigário Bartolomeu em uma esquina, mais como já expliquei não consegui encontrar o lugar exato. O Pathé ficava na Avenida Tavares de Lira e foi inaugurado numa quarta-feira, dia 19 de fevereiro de 1913 ( mais não encontrei registos de fotos no local ). O Pathé esse nome é uma homenagem a um dos pioneiros da Sétima Arte, o francês Charles Pathé.    
                
              Voltando ao cinema Royal que por alguma décadas dominou o cenário fazendo a alegria de muitos com exibições de filmes da distribuidora Norte Americana.

  
                                   
                       O MAESTRO POTIGUAR

                             TONHECA DANTAS
             

                                    A Valsa Royal
      Bastante conhecida pelos potiguares em festa publicas onde temos a presença da orquestra sinfônica. Mais poucos sabem que essa musica é de um potiguar ela foi feita em homenagem ao cinema Royal. A Valsa Royal era tocada antes e depois de cada apresentações. O Mestre Tonheca Dantas. (assim ele era conhecido) mesmo com toda a influencia e amizade nas rodas sociais da época e mesmo assim foi bastante injustiçado pelo poder publico da época e também os atuais já que seu nome é esquecido na nossa historia. 

           A Importância de Tonheca Dantas ao cinema principalmente a popularidade que teve em todos as camadas sociais na época apesar do reconhecimento não conseguiu exito financeiro no RN, fato que o fez procurar trabalho na Paraíba não ganhou dinheiro foi pobre, e na ultima fase da vida serviu como soldado raso na policia Militar     
                                                            
                                                               O Apelido                                                    

                O prefeito Djalma Maranhão apelidou de "Strauss Papa-jerimum".

Suas Origens    

       Sertanejo de origem humilde, filho de João Jose Dantas oficial Militar,da escrava Maria do Espirito Santo escrava alforriada e  Tonheca Dantas como era conhecido nasceu em Caraúbas dos Dantas em 1871 contrariou todos os prognósticos  e ultrapassou fronteiras e hoje suas musicas é presença obrigatória no repertorio de bandas filarmônica no Brasil e no Exterior  sua valsa "Royal Cinema" foi concebida especialmente para animar o publico antes e apos as sessões do cinema Royal.


                             A Guerra
            Esta valsa foi tocada exaustivamente pela Radio BBC de Londres, durante a segunda guerra mundial, infelizmente executada como sendo de "autor desconhecido"
             Suas composições eram principalmente valsas, dobrados,maxixes,hinos,xotes,polcas, marchas e outros gêneros musicais orquestrados. São obras famosas também a as valsas Delírio e A Desfolhar Saudades, a marcha solene Republicana e o dobrado Tenente José Paulino           

                    Valsa Royal




                                                                                     
Anchieta Fernandes e ao  pelo texto no blog Jornal zona sul.

                      
                    Cinema Nordeste



                Imagem relacionada

                                             Saudades do Cinema Nordeste 

  


           O Cinema Nordeste era um cinema com estrutura moderna para a época e foi inaugurado em 1958. Um dos poucos exemplares do modernismo em Natal. Em sua fachada um belo painel do artista plástico Aguinaldo Muniz. 
             
         Nos anos sessenta, o Cinema Nordeste teve seu apogeu exibindo filmes como Ali Babá e os quarenta ladrões, Desirée, O Amor de Napoleão, etc.

              Um cinema aconchegante e belo, o primeiro a funcionar em Natal com ar-condicionado. Escuro como breu, lembro do lanterninha a nos guiar ate encontrar o assento.
              Local de encontro da juventude potiguar. Muitos namoros começaram ali com o gosto do melhores sorvetes da cidade na época. 
                                    ANOS 80 e 90
           A Turma mais nova não tem ideias como era essa época para assistir o filme "Os Trapalhos" ou Os Filmes da " Xuxa" A fila era o dia todo com crianças e adultos iniciava na frente do cinema e seguia na Rua Dr. Francisco Ivo que fica ao lado esquerdo do cinema ( obs. algumas pessoas vai achar estranho o nome da rua e ate questionar é porque essas ruas são bastante confusa mesmo, um chamam de "Beco da Lama" outros de Vaz Gondim. depois explico) voltando a "incrível fila" a mesma dava a volta no quarterão chegando a rua Gonçalves  Lêdo. é isso mesmo! e muitas vez se confundia inicio e fim, vendedores de algodão doce e etc.
        Os filmes dos “Trapalhões”, de grandes bilheterias e outros filmes nacionais e lançamentos internacionais. Lá vimos toda a série de Sissi, a imperatriz, com a bela Romy Schneider. Depois funcionou uma sessão de arte e já na sua decadência, final dos anos 90 passavam filmes pornôs e alguns anos depois fechou a casa. não encontrei a data exata, do Dia e ano da sua falência.   
        
                              EXPLICANDO SOBRE A RUA.
          Você caminhando na Rua Ulisses Calda antes de chegar a Av. Rio Branco entrando a direita tem uma rua estreita essa é " O Beco da Lama"  mas quando chega na esquina onde no passado tinha um "Boteco Rustico" conhecido por "A Meladinha do Nazi" bastante conhecido nos anos 60,70 e 80 (depois postarei tudo sobre esse saudoso bar) desse local ate a  Rua João Pessoa a Rua muda de nome e passa a ser Rua Vaz Gondim, mas quando você atravessa a João Pessoa "a rua estreita" passa a ser Dr. Francisco Ivo. ( que era a rua da tão famosa fila do Cinema Nordeste) ufa! confuso não? 


           
              NO PRÉDIO DO ANTIGO CINEMA NORDESTE                Em seu local também funcionou a Rádio Nordeste.          Hoje no local funciona uma loja de departamento, que ocupa o prédio com estrutura do Modernismo e por esse motivo a loja  que se encontra no local teve algumas restrições sobre a reforma no prédio.    
        

         




           
                          Cinema Rex

                                    Cinema Rex anos 70
          Como vocês podem ver a historia e registos da nossa cidade são bastantes raros  e esse cinema não tão antigo assim, década de 60 e mesmo assim registros e relatos do mesmo são escaços. precisei fazer um print  de um vídeo que aparece o cinema rex. 
            Esse é o objetivo do blog resgatar a historia e quem sabem fotos dos locais.      

                                                                     CINEMA REX                                  

                  O cinema Rex, foi inaugurado no dia 18 de julho de 1936 

                  Sua planta foi traçada pelo arquiteto Heitor 
Maia Filho e a construção do prédio esteve sob a direção do engenheiro Omar O`Grady, situado no espaço,na Av. Rio Branco.
            ( Apenas como relato ) Omar conhecido por "O Grandy" foi Prefeito da Cidade do Natal. 
             O Seus Idealizadores: Enéas Reis e Francisco Nogueira do Couto (Xixico, conhecido capitalista nos anos 30)
           O cinema Rex no final dos anos 70 começou a sua decadência cultural, onde suas seções eram com filmes chineses como: O Tigre e o Dragão, do consagrado diretor Ang Lee, A Morte em Minhas Mãos, feito em Hong Kong pela dupla de irmãos Rumne e Run-Run. 
            Sei que muitos vão lembrar das seções "duplas" dos filmes porno, isso mesmo! "promoção" pague 1 e veja 2 filmes de sexos.
            Fechou as portas após a sua última seção no dia 30 de julho de 1984.
            Em seu lugar surgiu a loja de dois andares que proporcionou vários empregos na época " A Casa Pernambucana" que no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000 fechou as portas.
            
                          HOJE NO LOCAL 
                            
       Outro cinema que fechou as portas e 

deixou saudade na nossa cidade Natal


                    


                     O cinema Rio Branco foi inaugurado em 11 de fevereiro de 1949 o Governador na epoca José Augusto Varela e o filme de estreia MINHA ROSA SILVESTRE por décadas foi templo da sétima arte potiguar. o prédio tem um formato que lembra um navio e foi projetado para 2000 pessoas. nos anos 80 os cinemas no Brasil passavam uma crise e na nossa cidade não poderia ser diferente e com a chegada do cinema moderno com salas menores como o do Natal Shopping. mais o cine Rio Grande não ficou de fora dessas modernidade e em 1991 o seu proprietário Moacyr Maia construiu no mesmo prédio em sua lateral no térreo  uma sala de cinema, menor mais confortável com o nome de Cine Rio Verde mais mesmo assim tempos depois o cine rio grande precisou se curvar a realidade dos cinemas no Brasil e foi quando os filmes porno ganhou força nas telas e para não fechar as portas o cinema Rio Grande não foi diferente dos demais e começou a ter seções de filmes porno. mais com o falecimento do proprietário  Sr. Moacyr os dois cinemas o Rio grande e Rio Verde fecharam suas portas.
     fonte Wikipédia  


                                       
                               Primeiro cinema em shopping center
                                               


           Esse a turma mais jovem lembra bem foi o pioneiro 





O CABARÉ DE MARIA BOA



              O CABARÉ  DE MARIA BOA


  1.                      ESSA FOI A UNICA FOTO QUE ENCONTREI DA HISTORIA DE UMA DAS CASAS DE PROSTITUIÇÃO MAS FAMOSA DA CIDADE DO NATAL, ONDE POLÍTICOS, MÉDICOS E GRANDE EMPRESÁRIOS FREQUENTAVA NOS ANOS 40  ATE O FINAL DOS ANOS 80.
  2.               EM SE TRATAR DE UM LUGAR NA ÉPOCA PROIBIDO PARA A SOCIEDADE... NA ÉPOCA OS HOMENS QUE  FREQUENTAVA DE MANEIRA SIGILOSA A PROCURA DE MULHERES DA "VIDA". AO ENTRAR SE DEPARAVA COM SALÃO CHEIO DE MESAS E VARIAS MULHERES ALTAS COM ROUPAS PROVOCANTE AS MESMAS CHEGAVAM NAS MESAS COM SORRISO E MUITO CHARME E MALICIAS CONVIDAVA OS CLIENTES PARA FAZER UM "AMORZINHO GOSTOSO" A MESMA PERGUNTAVA SE PODERIA SENTAR E ALI INICIAVA UMA CONVERSA E DEPOIS COMBINAVA SE  UM VALOR ( HOJE EM TORNO DE 600,00 Á 400,00 REAIS ) A CASA ERA GRANDE E TINHA LOCAIS MAIS RESERVADOS MUSICAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS ERA A TRILHA SONORA DO AMBIENTE O FAMOSO "JOGO DE LUZ" QUE DEIXAVA O AMBIENTE MAS ESCURO E ASSIM DAVA UMA PRIVACIDADE NO LOCAL. OS PETISCO ERAM: AMENDOIM, QUEIJO, PRESUNTO, AZEITONA... QUANDO O CLIENTE E A PROSTITUTA CHEGAVA AO ACORDO DO PROGRAMA A MESMA SE DIRIGIA PARA PEGAR A CHAVE DO QUARTO NORMALMENTE ESSE MOMENTO ERA BASTANTE DISCRETO, AO CHEGAR AO QUARTO MINUSCULO COM UMA CAMA E UMA PIA PEQUENA BRANCA E UMA TORNEIRA ANTIGA E LOCAL PARA PENDURAR AS ROUPAS E TOALHA  E SEMPRE ANTES DO SEXO A PROSTITUTA COM JEITINHO LEVA O HOMEM PARA LAVAR O PÊNIS E SÓ DEPOIS DESSE PROCEDIMENTO A "COISA" COMEÇAVA...

  1. SE ALGUÉM TIVER FOTOS DA CASA É SÓ POSTAR E SE TIVER HISTORIA SOBRE A CASA FIQUE A VONTADE........         




            A HISTORIA DA PROSTITUTA MAIS FAMOSA
DO RIO GRANDE DO NORTE





Maria de Oliveira Barros


Maria Boa. (Sandro Fortunato*)

Cabe uma explicação aos mais jovens, aos castos e aos pudicos. Cabaré, boate, casa de massagens, puteiro, casa de strip, relax for men e outros templos do prazer carnal não são tudo a mesma coisa.
Cabaré é algo que quase não existe mais. Era o local de trabalho das damas, das mulheres da noite. Nele havia uma dona, geralmente uma senhora respeitável, douta na arte de fazer um homem gemer sem sentir dor, conhecedora de mistérios somente revelados à meia luz, entre gemidos e sussurros. Essa senhora recebia em sua casa várias meninas que, repetindo sua própria história, um dia haviam fugido de casa ou sido colocadas para fora pelo pai envergonhado da filha ingrata que desgraçara o lar fazendo safadeza antes do tempo e sem ser casada. Essas meninas tinham cada uma, seu quarto, suas coisinhas, seu mundo. Tinham hora para trabalhar. Tinham clientes preferidos. Também tinham amigos. Tinham uma vida. E, essa não era nada fácil.
Ir a um cabaré nem sempre significava buscar sexo pago. Freqüentava-se cabaré para beber, conversar com os amigos, com as meninas da casa, ver um show, enfim, para se divertir e relaxar. Ao final, você poderia voltar para casa de espírito mais tranqüilo e sem necessariamente ter chegado às vias de fato.
Na provinciana Natal desde os anos 40 a meados da década de 80, existiu o Cabaré de Maria Boa, talvez o último desses locais que merecesse ser chamado assim. Era de propriedade de uma verdadeira dama, respeitável cortesã.
Luz vermelha, quartos minúsculos com acústica privilegiada aos que passavam no corredor, toalhinha e bacia com água para lavar as partes, cerveja gelada, meninas que conversavam, mulheres mais experientes com suas “frases de sedução”: E aí, bonitão, vamos brincar um pouquinho hoje? ou Vem cá, simpático. A radiola de ficha a tocar e as meninas sonhando com alguém que as tirasse daquele lugar.
Maria Boa era natural de Campina Grande. Como teria vindo para Natal? Será que a menina, então com pouco mais de vinte anos, que deixava Campina, poderia imaginar que a Casa de Maria Boa faria fama no Brasil e no mundo e, mais que simples cabaré, viraria referência turística da capital potiguar?
Maria Boa chegou a Natal junto com os americanos e a Segunda Guerra. Sua casa levou se tornou um referencial. Era freqüentada por políticos e empresários. Funcionou por aproximadamente meio século. Já era quase uma septuagenária quando caminhava diariamente ao amanhecer pela Praia do Meio, onde morava, com uma antiga amiga. Não se sabe se nessa época ainda aparecia para gerir os negócios. Poucos tiveram a oportunidade de pousar olhos embriagados sobre sua lendária figura.
Uma história foi contada na edição do Diário de Natal, que trazia a notícia da morte de Maria. O fato ocorreu em um churrasco em família, num ambiente bem tranqüilo: “Numa cadeira ao lado, sentou uma senhora usando vestido azul e sandálias pretas. (…) Seus traços físicos ainda guardavam sinais de uma mulher que já fora muito bonita, de belo corpo. Conversei uma hora com a mulher ao lado. Ao final do papo, ela perguntou meu nome. Respondi a senhora e, por educação, fiz a mesma pergunta. Com um sorriso, ela me respondeu: “Me chamo Maria de Oliveira”. (…) Alguns minutos após, minha avó se aproximou, comentei com ela: “Que mulher distinta e educada, ela parece uma lady do tipo inglesa”. Minha avó disse: “Você estava conversando com Maria Boa”.Outra história, na cobertura do enterro, foi registrada:
Morreu ontem, por volta de 1 hora da manhã, vítima de acidente vascular cerebral - AVC (trombose), na Casa de Saúde São Lucas, Maria Oliveira Barros, mais conhecida como Maria Boa, 77 anos. Ela fez história no Rio Grande do Norte com seu bordel. Com o sepultamento de Maria Boa, desaparece também uma figura lendária da história da cidade, que da badalação da noite envolveu-se num véu de recato e discrição, usufruindo o que amealhou com décadas de trabalho em extremo convívio familiar.Quem não viveu a Natal dos anos sessenta, quando o sexo era reprimido “entre as moças de família”, não pode avaliar o que foi essa “instituição” para jovens iniciantes, ou para o relax de vestutas figuras do Judiciário, Legislativo e Executivo, empresários, enfim cidadãos de todos os tipos, de uma cidade com menos de 200 mil habitantes .
Junto com Maria, morreu todo o romantismo de uma época.
Hoje, temos garotas de todos os tipos, para todos os bolsos, gostos e fantasias, mas não se fazem mais Damas da Noite como antigamente.
 


AGRADECIMENTO AO ESCRITOR SANDRO FORTUNATO

E SEMPRE LEMBRANDO O OBJETIVO DO BLOG É RESGATAR A HISTORIA DO NOSSO ESTADO RN E PARA ISSO PRECISO DA AJUDA DOS AMIGOS PARA DIVULGAR O BLOG E ENVIAR MATÉRIAS TIPO FOTOS ÂNTICAS RELATOS E QUEM SABE FILMAGENS.PARA OS JOVENS MOSTRE AO SEUS PAIS E AVOS TIOS ETC. E TRAGA        HISTORIAS.COMENTE EM CADA FOLHA DO BLOG É MUITO IMPORTANTE O SEU COMENTÁRIOS. 

Maria Boa A dona do cabaré famoso da cidade do Natal rn



Maria de Oliveira Barros


Maria Boa. (Sandro Fortunato*)

Cabe uma explicação aos mais jovens, aos castos e aos pudicos. Cabaré, boate, casa de massagens, puteiro, casa de strip, relax for men e outros templos do prazer carnal não são tudo a mesma coisa.
Cabaré é algo que quase não existe mais. Era o local de trabalho das damas, das mulheres da noite. Nele havia uma dona, geralmente uma senhora respeitável, douta na arte de fazer um homem gemer sem sentir dor, conhecedora de mistérios somente revelados à meia luz, entre gemidos e sussurros. Essa senhora recebia em sua casa várias meninas que, repetindo sua própria história, um dia haviam fugido de casa ou sido colocadas para fora pelo pai envergonhado da filha ingrata que desgraçara o lar fazendo safadeza antes do tempo e sem ser casada. Essas meninas tinham cada uma, seu quarto, suas coisinhas, seu mundo. Tinham hora para trabalhar. Tinham clientes preferidos. Também tinham amigos. Tinham uma vida. E, essa não era nada fácil.
Ir a um cabaré nem sempre significava buscar sexo pago. Freqüentava-se cabaré para beber, conversar com os amigos, com as meninas da casa, ver um show, enfim, para se divertir e relaxar. Ao final, você poderia voltar para casa de espírito mais tranqüilo e sem necessariamente ter chegado às vias de fato.
Na provinciana Natal desde os anos 40 a meados da década de 80, existiu o Cabaré de Maria Boa, talvez o último desses locais que merecesse ser chamado assim. Era de propriedade de uma verdadeira dama, respeitável cortesã.
Luz vermelha, quartos minúsculos com acústica privilegiada aos que passavam no corredor, toalhinha e bacia com água para lavar as partes, cerveja gelada, meninas que conversavam, mulheres mais experientes com suas “frases de sedução”: E aí, bonitão, vamos brincar um pouquinho hoje? ou Vem cá, simpático. A radiola de ficha a tocar e as meninas sonhando com alguém que as tirasse daquele lugar.
Maria Boa era natural de Campina Grande. Como teria vindo para Natal? Será que a menina, então com pouco mais de vinte anos, que deixava Campina, poderia imaginar que a Casa de Maria Boa faria fama no Brasil e no mundo e, mais que simples cabaré, viraria referência turística da capital potiguar?
Maria Boa chegou a Natal junto com os americanos e a Segunda Guerra. Sua casa levou se tornou um referencial. Era freqüentada por políticos e empresários. Funcionou por aproximadamente meio século. Já era quase uma septuagenária quando caminhava diariamente ao amanhecer pela Praia do Meio, onde morava, com uma antiga amiga. Não se sabe se nessa época ainda aparecia para gerir os negócios. Poucos tiveram a oportunidade de pousar olhos embriagados sobre sua lendária figura.
Uma história foi contada na edição do Diário de Natal, que trazia a notícia da morte de Maria. O fato ocorreu em um churrasco em família, num ambiente bem tranqüilo: “Numa cadeira ao lado, sentou uma senhora usando vestido azul e sandálias pretas. (…) Seus traços físicos ainda guardavam sinais de uma mulher que já fora muito bonita, de belo corpo. Conversei uma hora com a mulher ao lado. Ao final do papo, ela perguntou meu nome. Respondi a senhora e, por educação, fiz a mesma pergunta. Com um sorriso, ela me respondeu: “Me chamo Maria de Oliveira”. (…) Alguns minutos após, minha avó se aproximou, comentei com ela: “Que mulher distinta e educada, ela parece uma lady do tipo inglesa”. Minha avó disse: “Você estava conversando com Maria Boa”.Outra história, na cobertura do enterro, foi registrada:
Morreu ontem, por volta de 1 hora da manhã, vítima de acidente vascular cerebral - AVC (trombose), na Casa de Saúde São Lucas, Maria Oliveira Barros, mais conhecida como Maria Boa, 77 anos. Ela fez história no Rio Grande do Norte com seu bordel. Com o sepultamento de Maria Boa, desaparece também uma figura lendária da história da cidade, que da badalação da noite envolveu-se num véu de recato e discrição, usufruindo o que amealhou com décadas de trabalho em extremo convívio familiar.Quem não viveu a Natal dos anos sessenta, quando o sexo era reprimido “entre as moças de família”, não pode avaliar o que foi essa “instituição” para jovens iniciantes, ou para o relax de vestutas figuras do Judiciário, Legislativo e Executivo, empresários, enfim cidadãos de todos os tipos, de uma cidade com menos de 200 mil habitantes .
Junto com Maria, morreu todo o romantismo de uma época.
Hoje, temos garotas de todos os tipos, para todos os bolsos, gostos e fantasias, mas não se fazem mais Damas da Noite como antigamente.